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Em cerimônia, França devolve ao Brasil 998 fósseis do período Cretáceo

A devolução A cerimônia desta terça-feira marcou a entrega oficial dos fósseis às autoridades brasileiras. Horas antes, os cientistas tiveram a oportunidade de dar uma olhada rápida no material, guardado em um galpão num distrito a 20 quilômetros de Le Havre.

No material recuperado, os cientistas já encontraram fósseis de:

plantas, com todas as partes preservadas; insetos; peixes; um lagarto; uma tartaruga; um pequeno pterossauro. Os cientistas ainda não tiveram acesso a todos os fósseis.

Os fósseis vão ser enviados a um museu gerido pela Universidade Regional do Cariri (URCA) . A Urca é responsável pelo Geopark Araripe, reconhecido pela Unesco como o primeiro geoparque das Américas, e por um museu de paleontologia que reúne um importante acervo de registros geológicos do período Cretáceo presentes na região.

Fóssil do período Cretáceo apreendido em 2013 e devolvido pela França ao Brasil — Foto: Geopark Araripe/URCA Momento ‘muito significativo’ O diretor do Museu, Allysson Pinheiro, disse que o momento é “muito significativo”.

“É um momento muito significativo para o Cariri, para o Geopark Araripe, para o Brasil, para a paleontologia do Brasil. Estamos recebendo um material de valor inestimável. Estamos recuperando nosso patrimônio que vai direto para o nosso museu. Vamos receber esse material, trabalhar ele cientificamente e apresentar ele para a sociedade”, afirmou Allysson Pinheiro.

Brasil pode recuperar mais fósseis O procurador Rafael Rayol, do Ministério Público Federal do Ceará, que atuou no caso, diz que o Brasil pode recuperar mais fósseis desviados em breve.

Somente na França, há outros dois casos em tramitação e envolvem um esqueleto quase completo de pterossauro da espécie Anhanguera com quase quatro metros de envergadura e outros 45 fósseis, que incluem tartarugas marinhas, aracnídeos, peixes, répteis, insetos e plantas.

E há outras ações em países como Alemanha, Espanha, Portugal e Coréia do Sul. Em outra frente, cientistas atuam junto a organismos internacionais e universidades para pedir a devolução voluntária desse material científico.

“É um trabalho que a gente vem tentando convencer, mostrar para a comunidade acadêmica e para a comunidade jurídica internacional que não se deve fazer ciência, nem se fazer comércio, se sobrepondo às legislações e ao patrimônio de outros países. E que, mesmo a ciência desses países, pode ser realizada com a observância das leis. […] A ciência não precisa ser feita sobre material criminoso”, afirmou o procurador.

“O que a gente espera da nossa atividade é que possa reverter isso, possa reverter a nossa atividade em benefício da comunidade científica, da população em geral, para poder, aos poucos, desfrutar desse material em museus”, acrescentou.

Fonte: G1


Publicado em 30 de maio, 2022.